Thaís Dominato defende a gestante e enfrenta a violência obstétrica

A violência obstétrica quase não aparecia na agenda de trabalho da defensora pública Thaís Dominato Silva Teixeira, 39 anos. Era impossível acreditar que abusos contra gestantes não ocorressem nos hospitais públicos e privados do Mato Grosso do Sul, estado onde atua. A falta de demanda ali e em todo o país é fruto de desconhecimento da mulher. Ou do poder abusivo que médicos, enfermeiros e instituições exercem sobre as parturientes, a ponto de elas não perceberam que tirar seu protagonismo no parto configura desrespeito, às vezes crime. Por isso as mulheres não buscavam a assistência jurídica para reparar os danos causados a elas. 

Thaís Dominato da SIlva Teixeira, finalista na categoria Saúde (Foto: Marie Claire)

 

“As mulheres não sabem muito bem o que é violência obstétrica. Algumas guardam experiências traumáticas, sequelas emocionais ou físicas, mas ignoram que poderiam ter dito ‘não’ à procedimentos desnecessários, realizados por comodidade ou imperícia do médico, e ainda por descompromisso do hospital”, explica Thaís. A Organização Mundial da Saúde (OMS) publica diretrizes norteando globalmente condutas para reduzir essas intervenções, o alto número de cesarianas e a considerável incidência de morte materna. A OMS recomenda às equipes não interferir no trabalho de parto, a menos que exista risco de complicação. Sugere permitir à mulher a gestão da própria dor e a escolha das posições no trabalho de parto. Se ela optar pela via totalmente natural, os profissionais devem apoiá-la até dar à luz. “Há profissionais, no entanto, que adotam manobras proscritas. Por exemplo a de Kristeller, em que o obstetra ou o enfermeiro sobe na barriga da mulher e empurra, pressionando o útero para tentar a expulsão. Isso pode machucá-la, quebrar ossos, causar sérios danos ao bebê”, afirma Thaís.

Médicos, enfermeiros e administradores rejeitam o parto humanizado dizendo que demandaria dinheiro e recursos que o hospital não tem. Na verdade, o que está em jogo é a relação de poder. Eles põem a mulher no rol dos incapazes. Como se não pudesse escolher o tipo de parto e não soubesse o que é bom para mãe e filho
Thaís Dominato Teixeira

Como esses casos não estavam chegando à defensoria, ela entendeu que era preciso primeiro dar informações. Em 2017, pôs em pé um programa para desnudar a violência, explicar às grávidas seus direitos e sensibilizar os profissionais. “Com uma nova consciência, eles podem humanizar o momento do nascer”, argumenta a coordenadora do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa da Mulher, da Defensoria Pública. Em dois anos, Thaís realizou oficinas, rodas de conversa e palestras. Levava power point, cartazes e folders. “Fui a todos os lugares onde tinha gestante”, conta a finalista na categoria Saúde

Esteve em centros de parto normal em cidades do interior – Sidrolândia e São Gabriel D’Oeste entre elas –, falou a grupos de grávidas nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), e teve um descontraído diálogo com 40 mulheres do Presídio Semiaberto de Campo Grande. Em uma reunião com promotores do Ministério Público Federal, em Dourados, tratou de questões que vitimizam especificamente indígenas e negras. Conversou com alunos de medicina em universidades e com advogados na Ordem dos Advogados do Brasil. Causou enorme espanto em um juiz que, depois ao ouvi-la, declarou: “Meu Deus, tudo isso é violência?”

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No carro, segue com ela a fiel companheira Elaine de Oliveira França, assistente social da Defensoria. “O trabalho é gratificante e exige que a gente estude muito”, diz Thaís. De tanto ler e debater, está convicta de que se engravidar de novo, fará um parto normal. “Vi vantagens nele e prejuízos na cesárea”, garante. No caso dela, a cirurgia em que nasceu o único filho, de 5 anos, nem foi um episódio traumático. Mas a defensora tem ouvido histórias estarrecedoras. Em uma palestra, falava sobre episiotomia, o corte no períneo para ampliar o canal do parto, quando, na plateia, uma mulher desmaiou. “Tomei um susto. Era uma assistente social que reviveu, com a minha descrição, o procedimento malsucedido que sofrera. Só naquele momento ela se deu conta de que a dificuldade que enfrenta na vida sexual vinha disso. E a decisão de nunca mais ter filho, também.” 

Paulista de Presidente Prudente, Thaís diz para as plateias que a mulher pode rejeitar, como recurso de rotina, a episiotomia e a aplicação da ocitocina, o hormônio acelerador das contrações e, consequentemente, da expulsão. “São medidas que podem ser benéficas, mas apenas em casos muito específicos. E devem ser discutidas com a parturiente.” Ela também pode se recusar a ser tocadas dezenas de vezes por estagiários que estão aprendendo a profissão no seu corpo. E não é obrigada a ficar sem água e comida ou deitada durante os trabalhos de parto demorados. 

Os médicos, enfermeiros e diretores de hospital são um capítulo longo. “Digo a eles que não travamos uma guerra. Só queremos diálogo e oferecer cooperação.” Os doutores respondem que ela não sabe o que significa um hospital público, onde falta recurso para tudo. Para Thaís, invocar a questão financeira é querer negociar os nossos direitos. “Não admito.” Eles insistem: “De que jeito cumprir a lei que permite levar o marido para a enfermaria? E a privacidade da paciente do leito ao lado?” A defensora contrapõe lembrando que essa lei vigora há 10 anos. “Ainda não arrumaram dinheiro para uma cortina, um biombo? E quanto custa colocar um bebê para mamar na mãe, assim que ele nasce? Tratar bem as mulheres não exige gasto extra!”, afirma ela. Mas a defensora também encontra entre eles parceiros importantes. Já contou com obstetras que vão às palestras para informar que a ciência aponta inúmeros efeitos benéficos do parto humanizado. “Não se trata de moda, nem de privilégios de atrizes do cinema e da TV. Há evidências científicas fundamentando essas medidas”, afirma Thaís.

Nas oficinas, ela revela que há um outro lado pouco conhecido das mulheres: a judicialização. “Cabe ação de responsabilização. Por dano moral, se a gestante não contou com o marido na sala de parto e no quarto, como prevê a lei. E se ocorrem sequelas físicas, causadas por procedimentos e manobras, pode-se processar por lesão corporal”.

O impacto de Thaís
Em dois anos, Thaís atingiu um público de 923 agentes de saúde, gestores hospitalares e assistentes sociais. Falou sobre boas práticas no parto e direitos para 738 mulheres, a maioria grávidas.

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